Morte súbita de atletas profissionais indica problemas congênitos do coração





morte súbita é a morte que ocorre repentinamente, sem previsão, sem sinais de trauma ou violência. Quando ocorre antes dos 35 anos é sinal de que atleta já tenha uma doença congênita

Segundo o cardiologista Dr. Mário Malamo, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a morte súbita em atletas pode acontecer até duas horas depois da realização da atividade física. O médico explica que a morte súbita antes dos 35 anos significa que o atleta provavelmente apresenta uma patologia congênita, ou seja, doenças adquiridas antes do nascimento ou no primeiro mês de vida. Após esta idade já seria uma patologia adquirida.

"Sem dúvida estas disfunções podem ser identificadas através da realização periódica de exames de ecocardiograma e teste ergométrico", observa Málamo, "porém, algumas vezes o exame pode vir alterado ou indicar um falso negativo".

Segundo estatísticas oficiais, 30 atletas profissionais menores de 35 anos morrem anualmente devido a problemas no coração. Na população em geral, essa média é de 1 para 100.000 habitantes.

Pesquisa divulgada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) revelou ainda que cerca de 10% das mortes súbitas em atletas com menos de 35 anos ocorreu em função de um infarto no miocárdio.

Vítimas de morte súbita

O esporte está em alerta: nas últimas semanas, uma série de incidentes envolvendo atletas que sofreram paradas cardíacas no meio do jogo acabaram em tragédia, ou quase, em diferentes modalidades esportivas.

O primeiro dessa série aconteceu em 17 de março, na Inglaterra: Fabrice Muamba, jogador de futebol do Bolton, sofreu mal súbito em campo, mas felizmente foi apenas um susto e o jogador hoje se recupera bem.

Na semana seguinte, em 25 de março, foi a vez do jogador italiano de vôlei Vigor Bovolenta. Durante um jogo do Campeonato Nacional, o jogador se queixou de dores no peito e desmaiou em quadra, mas acabou morrendo a caminho do hospital, aos 37 anos.

Três semanas depois, outro italiano, desta vez do futebol. Em 14 de abril, Piermario Morosini sofreu uma parada cardíaca aos 31min do segundo tempo. Ele recebeu uma massagem cardíaca ainda no estádio e foi, em seguida, transferido para o hospital, mas veio a falecer assim que chegou à unidade. Tinha somente 25 anos.

Naquela mesma tarde, na Venezuela, a jogadora de vôlei Verónica Gómez sofreu parada respiratória e também não resistiu.

No caso de Bolton, há informação de que o clube só teria solicitado esses exames na época da sua contratação, há 3 anos.

Já no caso do italiano Morosini, chegou-se a atribuir a tragédia à demora no socorro prestado pela ambulância, que teve dificuldade para chegar ao campo porque a entrada estava sendo obstruída por um carro, mas os médicos explicaram que mesmo que a ambulância tivesse chegado antes, não teria evitado a morte do jogador, que chegou a receber, no gramado, massagem cardíaca com desfibrilador. Em vão.

Aliás, o desfibrilador externo automático, ou DEA, é item obrigatório nos estádios, assim como a presença de uma ambulância.

Cleide Tanabe, Jornalismo Portal EF - www.educacaofisica.com.br



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