Treinamento das qualidades físicas na pré-temporada no Futebol





Pós-graduação USCS - Pós-Graduação a Distância em Musculação e Treinamento  Físico

As características do condicionamento físico do jogador de futebol limitam-se principalmente aos fatores físicos da performance: resistência aeróbia e anaeróbia, força, velocidade e flexibilidade, fato que nos mostra o perfil de exigência dos atletas nos treinamentos.

A realização do treinamento físico na pré-temporada e os métodos adequados para aprimorar o condicionamento físico serão discutidos abaixo.

Treinamento Aeróbio e Anaeróbio

Para poder realizar grandes volumes de trabalho físico, todo jogador de futebol deve ter coração resistente e bons pulmões que lhe asseguram a alimentação dos músculos com oxigênio.

Falando fisiologicamente, a energia utilizada pelo jogador durante a partida é derivada da quebra de um componente químico chamado adenosina fosfato (ATP) e convertida em energia mecânica, de tal forma que o jogador pode realizar atividades táticas, técnicas e físicas. O ATP é produzido por uma reação química sob condições anaeróbias e aeróbias. Anaeróbia, ou energia não-oxidativa, significa que a reação é realizada sem a presença de oxigênio, enquanto aeróbia, ou energia oxidativa, refere-se a uma condição na qual o ar inalado tem tempo de ser transportado para o músculo em atividade para participar do processo de queima de alimentos e, como resultado, produção de energia.

Com isso serão analisados a seguir como devem ser realizados os treinamentos aeróbio e anaeróbio do atleta de futebol na pré-temporada para que ele se encontre apto para estar em condições de atuar na primeira partida da temporada fisicamente adequado.

Resistência aeróbia para o jogador profissional de futebol

No futebol, a resistência aeróbia) é a capacidade de manter um esforço de longa duração com intensidade fraca, realizado sempre na presença de oxigênio, havendo um equilíbrio entre a quantidade consumida e a recebida, fenômeno chamado de "steady-state".

Os exercícios de pouca potência aeróbia – exercícios acíclicos que se caracterizam por um câmbio constante e pela instabilidade da atividade motora – são aqueles em que o aporte energético para os músculos atuantes é praticamente exclusivo dos processos oxidativos, consumindo principalmente os lipídios e, em menor grau, os carboidratos (coeficiente respiratório inferior a 0,8).

Um grande fator limitante da performance do futebol é a potência de aceleração/desaceleração com mudanças rápidas de direção, sendo que 72% em uma partida o jogador sofre da resistência aeróbia.

Assim, entende-se que a resistência aeróbia para o jogador de futebol pode ser de fundamental importância, pois uma partida dura aproximadamente noventa minutos e o trabalho aeróbio serve para o jogador aguentar esta carga de trabalho.

Deve-se, então, realizar um treinamento em que o jogador desenvolva este tipo de resistência para a melhora da sua aceleração, desaceleração e mudanças de direção, já que isto é necessário nas partidas de futebol.

Resistência anaeróbia para o jogador profissional de futebol

As ações e cargas específicas no futebol para a resistência anaeróbia são cargas curtas e consecutivas em lutas entre dois e muitos sprints sendo caracterizado de caráter muscular. Este vem a ser um tipo de esforço realizado em débito de oxigênio que exige uma grande capacidade de recuperação do atleta devido às altas dívidas de oxigênio que são produzidas e, especificamente no caso do futebol, deve-se trabalhar utilizando-se o treinamento dos intervalos, que é um método determinado pela repetição sistemática de distâncias que variam de cem a quatrocentos metros em intensidade submáxima produzindo uma alta dívida de oxigênio no organismo.

A importância do desenvolvimento da força máxima – força dinâmica explosiva – é decisiva no futebol, pois um gol sai somente por predominância anaeróbia como um chute a gol, cabeceio ou um contra-ataque em velocidade e, para desenvolver um trabalho específico nesse sentido, os músculos têm que trabalhar com uma intensidade próxima da máxima, sem relaxamento – quarenta segundos, ou seja, o tempo suficiente para que apareçam os produtos da anaerobios.

A capacidade anaeróbia corporal é afetada pelos processos do SNC (sistema nervoso central), que facilitam o trabalho intensivo contínuo ou sob condições de exaustão, o treinamento específico é o melhor método para melhorar a capacidade anaeróbia, entretanto, o treinamento anaeróbio é sempre mais efetivo, com um tempo mais longo de restabelecimento da reserva de energia, se você alterná-lo com o treinamento aeróbio.

Para o aumento da capacidade anaeróbia alática deve-se trabalhar com cargas de curta duração de cinco a dez segundos e de intensidade máxima com intervalos de dois a três minutos e para melhorar a potência do processo anaeróbio lático deve-se trabalhar entre trinta e noventa segundos e para aumentar a sua capacidade entre dois e sete minutos.

Com isto, sabe-se que em uma partida de futebol o metabolismo anaeróbio é de menor predominância, porém de fundamental importância, pois é o que altera o resultado em uma partida e, para trabalhar os atletas nesta resistência, deve-se elevá-los ao máximo para que melhorem as suas potências e capacidades anaeróbias. Assim, os métodos que devem prevalecer são os de treinamentos mistos trabalhando a resistência aeróbia e anaeróbia (lática e alática) juntos, para que os atletas possam viver uma situação real de jogo.

Treinamento de Força Muscular

O papel da força no rendimento esportivo é um fator importante, sendo inclusive, em alguns casos, determinante. Esta desempenha um papel decisivo na boa execução da técnica – os grupos musculares intervêm em uma fase concreta do movimento. A velocidade de execução está estreitamente relacionada com a força, pois quanto maior a resistência, maior a relação entre ambas, ou seja, uma maior aplicação de força pode levar a uma melhora de potência, e também, está relacionada com a melhora do rendimento, sempre que o treinamento realizado se ajuste às necessidades de cada especialidade esportiva .

No futebol, os atletas correm velozmente, mudam de direção e voltam a correr velozmente e, para Faigenbaum e Westcott (2001, p. 200):

… os músculos em grande parte responsáveis por essas acelerações e desacelerações rápidas são os quadríceps, isquiotibiais, glúteos e panturrilha, sendo que os exercícios básicos para fortalecer são os: agachamento com barra, o leg press no aparelho e a flexão plantar e os exercícios de potência, que são importantes para melhorar a velocidade e a rapidez nas extremidades inferiores, são: o agachamento com arremesso e o avanço com arremesso com medicine balls.

O jogador de futebol necessita da qualidade física força em três aspectos, sendo eles: para a elevação da performance específica do futebol, como a força de salto, de chute, de lançamento (nos laterais) e capacidade de aceleração; como profilaxia de lesões, uma musculatura bem desenvolvida forma a mais eficiente proteção para o aparelho motor; e no treinamento de força como profilaxia para a musculatura responsável pela manutenção da postura, com isso, consegue-se prevenir a tão típica dor lombar no jogador de futebol.

No treinamento neuromuscular, a força, em sua forma pura, não se manifesta no futebol, a força e a velocidade são dois aspectos do mesmo componente e estão intimamente ligados nas ações motoras físicas, técnicas e táticas.

Sendo assim, pode-se entender que o treinamento de força no futebol é indispensável para os jogadores, pois além de haver uma melhora de rendimento na resistência aeróbia e anaeróbia, ela também previne lesões. Apesar de o futebol ser um esporte que explora os membros inferiores, é importante também fortalecer os membros superiores devido a este ser um esporte de muito contato e para cobrar laterais de grandes distâncias, já os goleiros, ao contrário dos demais jogadores, necessitam muito da utilização dos braços como fazer uma defesa ou um lançamento com as mãos.

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