A Fisiologia das Fibras Musculares em Movimento




http://powerexplosive.com/wp-content/uploads/2014/07/tipo-fibras-11.png

A prática esportiva na atualidade exige um amplo conhecimento na planificação e periodização do treinamento individual e coletivo por parte dos treinadores e professores. Essa prática deve visar por excelência o desenvolvimento multilateral das capacidades físicas de um atleta ou equipe para que seja possível no futuro a conquista de grandes resultados no âmbito esportivo.

A resistência, força, flexibilidade, coordenação e velocidade são as capacidades básicas responsáveis pela preparação física geral de todos os atletas nas diferentes instâncias do desporto, ou seja, atletas do gênero masculino e feminino, das categorias de base a profissional necessitam de um bom nível de desenvolvimento dessas capacidades para que obtenham bons resultados no esporte envolvido.

Toda grande variedade de movimentos que o ser humano é capaz de realizar é obtida pelo mecanismo de encurtamento das células do tecido muscular, graças à transformação de energia química, obtida das fontes energéticas, em energia mecânica, podendo esta se manifestar em forma de movimento (Fernández, et al. 2002).

 Os músculos esqueléticos são responsáveis por todos os movimentos voluntários sendo estes controlados pelo sistema nervoso somático. O músculo esquelético é composto pelas chamadas fibras musculares, dispostas paralelamente e fixadas por ambos os extremos dos tendões de origem e inserção. A fibra muscular pode ser considerada como uma célula alongada, cilíndrica e multinucleada, recoberta por uma membrana chamada sarcolema. Cada fibra muscular contém uma infinidade de miofibrilas, dentro da qual, encontram-se as mitocôndrias e a circundando existe uma complexa rede de túbulos (Powers e Howley, 2000).

Nesta rede, podemos diferenciar dois sistemas estruturalmente separados. Um é o sistema de túbulos transversais ou túbulos T, que se trata de invaginações do sarcolema que penetram entre as miofibrilas e tem por objetivo transmitir rapidamente o comando de despolarização a todas as miofibrilas. O outro sistema é o retículo sarcoplásmatico que recobre de maneira longitudinal, embora irregular, cada miofibrila, tendo como função movimentar o cálcio e controlar o metabolismo do músculo (Powers e Howley, 2000).

As miofibrilas são compostas, por sua vez de miofilamentos que contêm as proteínas contráteis actina e miosina. A actina forma filamentos delgados que estão sujeitos aos denominados discos Z. A miosina forma filamentos grossos que se intercalam entre os da actina. O espaço situado entre dois discos Z e que contém os filamentos de actina e miosina, denomina-se sarcômero (Powers e Howley, 2000).

Os filamentos de actina e miosina deslizam entre si, e esse deslizamento pode realizar-se em dois sentidos, determinando alongamento (alongamento do sarcômero) ou encurtamento (contração do sarcômero). O encurtamento dos diversos sarcômeros de uma miofibrila determinará sua contração e, com ela, a contração da fibra muscular e do músculo (Powers e Howley, 2000).

Isso se consegue graças às pontes de ligação que se estabelecem entre pontos específicos da miosina e algumas cabeças de actina que têm capacidade de flexão é que determina o deslocamento, produzindo-se uma nova ligação, em um verdadeiro movimento de escalada (Powers e Howley, 2000).

Nem todas as fibras musculares respondem da mesma maneira a um determinado estímulo, desta forma podemos distinguir vários tipos de fibras musculares em termos morfofuncionais. Na realidade, o que determina que uma fibra seja de um tipo ou de outro é sua inervação, este fato condiciona sua configuração e seu funcionamento (Verkhoshanski, 2001).

    Sabendo disto Fernández et al. (2002) destaca que o ser humano possui dois tipos fundamentais de fibras: fibras lentas ou vermelhas, também chamadas de tipo I ou ST (slow twitch) e fibras rápidas ou brancas, também chamadas de tipo II ou FT (fast twitch).

    As fibras lentas ou vermelhas caracterizam-se por serem fibras tônicas, isto é, de contração lenta, de sustentação, além de muito resistentes à fadiga. Sua coloração vermelha se deve ao elevado conteúdo de mioglobina (proteína que contém um pigmento similar ao que possui a hemoglobina, esse pigmento contém ferro e liga oxigênio a hemoglobina). Atletas de meio fundo e fundo possuem elevados percentuais deste tipo de fibra (Powers e Howley, 2000).

    As fibras rápidas ou brancas apresentam um número relativamente pequeno de mitocôndrias, uma menor capacidade de metabolismo aeróbico e são menos resistentes à fadiga do que as fibras lentas. No entanto, essas fibras são ricas em enzimas glicolíticas, as quais lhe garante uma grande capacidade anaeróbica (Verkhoshanski, 2001).

    As fibras rápidas podem ser divididas em dois tipos: fibras tipo IIb e fibras do tipo IIa. O que diferencia estes dois tipos de fibras é o caráter intermediário das fibras tipo IIa, que possuem características bioquímicas e de fadiga que se encontram entre os outros dois tipos de fibras; as fibra Tipo IIb e Tipo I. Por isso, as fibras Tipo IIa são consideradas como uma mistura das características das fibras Tipo IIb e Tipo I, possuindo um alto grau de adaptação (Powers e Howley, 2000).

    Todas as fibras de uma mesma unidade motora são do mesmo tipo, dado que têm a mesma inervação. A porcentagem de uma e outra fibra é determinada geneticamente, variando para cada grupo muscular e diferenciado-se entre indivíduos. Os atletas que possuem um alto conteúdo de fibras rápidas terão maior facilidade para atividades de velocidade ou potência, nas quais a força seja um fator determinante. Um exemplo prático são as corridas de velocidade curta do atletismo como os 100 metros e 200m rasos (Verkhoshanski, 2001).

Fonte e referencias bibliográficas


Potencialize seu aprendizado e tenha acesso à dezenas de EBOOKS sobre Educação Física de forma gratuita clicando aqui




Comente:

Nenhum comentário

Comentários ofensivos não serão publicados!